(O poder do Dono de Obra sobre a qualidade final da obra)
Uma vez que o Professor Antunes gosta de me complicar a vida, vou tentar criar uma história sobre este tema para ver se começa também a me poupa um pouco rsrsr. Vamos lá… Contextualização e Intenção Estratégica Num cenário institucional típico de um órgão público ou privado com atribuições de gestão de activos de infraestruturas, o Dono de Obra, após décadas de utilização intensiva de uma infraestrutura viária (estrada com mais de 50 anos de serviço), manifesta a intenção de reabilitá-la. O objectivo declarado é melhorar a circulação de pessoas e bens, o que requer uma melhoria substancial da qualidade da infraestrutura. Com base nessa motivação, o órgão superior competente para a decisão de contratar, nos termos da estrutura organizacional vigente, convoca a sua equipa técnica ou contrata uma equipa de especialista externa à organização para partilhar a intenção e iniciar o processo de planeamento estratégico do projecto. Reconhecendo a maturidade técnica da equipa, acumulada ao longo dos anos de operação do activo, decide-se avançar de forma estruturada. Nomeação do Gestor de Projecto e Constituição da Equipa Com o propósito de assegurar uma abordagem sistemática e integrada, é nomeado um Gestor de Projecto (GP), o qual passa a liderar a constituição da Equipa de Projecto (EP). Esta equipa será responsável pela planificação, coordenação e acompanhamento do ciclo de vida do projecto, desde a definição dos requisitos até à entrega e aceitação final da infraestrutura. Dilemas Técnicos e Decisões Metodológicas Com o propósito de assegurar uma abordagem sistemática e integrada, é nomeado um Gestor de Projecto (GP), o qual passa a liderar a constituição da Equipa de Projecto (EP). Esta equipa será responsável pela planificação, coordenação e acompanhamento do ciclo de vida do projecto, desde a definição dos requisitos até à entrega e aceitação final da infraestrutura. Dilemas Técnicos e Decisões Metodológicas Durante as primeiras sessões de trabalho, o GP convoca uma reunião com o órgão decisor para colocar duas questões críticas à estratégia de execução:- Abordagem contratual a adoptar:
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- Se se optar pela abordagem Design-Bid-Build (DBB), o projecto levará cerca de 12 meses
- Se se optar pela abordagem Design-Build (DB), o prazo poderá ser reduzido para 8 meses.
- A dúvida levantada é: qual das abordagens melhor assegura os requisitos de qualidade e eficiência?
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- Para além dos requisitos técnicos correntes, existem normas específicas a observar?
O Dono de Obra não fornece uma resposta directa à primeira questão, mas quanto à segunda, orienta no sentido de que a estrada deverá obedecer às normas da SADC, por forma a garantir a interoperabilidade regional e a durabilidade do investimento.
Planeamento da Qualidade e Análise de Requisitos
Diante da ausência de domínio pleno das normas da SADC pela EP, opta-se por contratar um consultor especializado. Este apoia na definição dos Termos de Referência (ToR) e sugere a incorporação de requisitos mínimos de desempenho, critérios de aceitação, bem como indicadores de qualidade verificáveis durante a execução conforme descrito abaixo:- Normas Técnicas para Estradas na SADC
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- SADC Road Traffic Signs Manual: Padronização de sinalização viária para garantir uniformidade entre os países membros.
- SADC Road Design Guidelines: Diretrizes para projetos geométricos, pavimentação e drenagem.
- SADC Standard Specifications for Road Works: Especificações técnicas para materiais, construção e manutenção de estradas.
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- Protocolo sobre Transportes, Comunicações e Meteorologia (1996): Define princípios para o desenvolvimento de infraestrutura de transportes, incluindo estradas.
- Plano de Ação Estratégico da SADC para Infraestrutura Regional (RISDP): Prioriza corredores de transporte e estradas regionais.
- SADC Regional Infrastructure Development Master Plan (RIDMP): Identifica projetos estratégicos de estradas para conectar a região.
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- SADC Guidelines on Environmental Impact Assessment (EIA): Exigência de avaliações ambientais para grandes projetos rodoviários.
- Diretrizes sobre Reassentamento e Compensação: Para projetos que afetam comunidades locais.
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- Muitos países da SADC adotam normas inspiradas em:
- SATCC (Southern Africa Transport and Communications Commission).
- AASHTO (American Association of State Highway and Transportation Officials).
- PIARC (World Road Association).
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- SADC Road Fund Guidelines: Mecanismos de financiamento e manutenção de estradas.
- SADC Procurement Guidelines: Regras para licitações de obras públicas, incluindo estradas.
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- A SADC prioriza corredores como:
- Corredor Norte-Sul (África do Sul → Tanzânia).
- Corredor Maputo (África do Sul → Moçambique).
- Corredor Trans-Caprivi (Namíbia → Zâmbia).
- Documentos de Referência
- SADC Technical Agreements on Transport (acordos regionais).
- Country-specific standards (cada país pode ter regulamentos complementares).
- Esta fase corresponde à aplicação do processo de Planeamento da Qualidade o qual se definem:
- As normas aplicáveis;
- Os critérios de qualidade;
- Os métodos de verificação e validação.

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- Planeamento rigoroso dos requisitos de qualidade;
- Consulta técnica especializada;
- Tomada de decisão informada e fundamentada em dados comparativos.
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Sobre o BIM

O BIM (Building Information Modeling) ou Modelagem da Informação da Construção é um processo, uma metodologia, que envolve várias ferramentas, tecnologias e contratos para a geração e gestão de representações digitais das características físicas e funcionais de construções.
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